A situação contratual e o futuro de alguns atores do MCU depois de Vingadores: Ultimato (spoilers)
- Não vire a Pagina
- 6 de mai. de 2019
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Com o lançamento recente do emblemático e efervescente “Vingadores: Ultimato”, a Marvel, como estúdio cinematográfico, acaba de chegar a um dos momentos mais cruciais de toda a sua história. A icônica saga das Joias do Infinito conseguiu alcançar seu epílogo de maneira impactante e entusiasmante, com uma conclusão arrebatadora para aquele que pode ser considerado, em termos de longevidade, o maior e mais ousado arco narrativo já concebido no cinema. A jornada idealizada pelo produtor Kevin Feige e companhia, iniciada em 2008 e estendida por mais de uma década em bem-sucedidos 22 filmes, notabilizou-se como um feito sem precedentes nos registros da sétima arte.
Porém, o encerramento de um ciclo vitorioso sempre traz preocupações legítimas quanto ao futuro daquilo que foi construído de forma tão bem alicerçada. Normalmente, algumas reformas são necessárias para que mudanças importantes aconteçam, e, às vezes, um alto preço precisa ser pago. E, no caso da Marvel, tida como a Casa das Ideias, a partir de agora, essa é uma verdade praticamente literal.

Talvez o caso mais sintomático, nesse sentido, seja o da atriz Scarlett Johansson, cujo retorno de sua personagem, a heroína Viúva Negra, baseando-se na lógica de uma cronologia linear, fica, em teoria, inviabilizado. No entanto, Johansson voltará a viver a espiã num filme solo a ser lançado em 2020, ganhando para isso um cachê de US$ 20 milhões para estrelar e produzir o longa.

Em 2010, Chris Hemsworth, intérprete do Thor, assinou com a Marvel para viver nas telonas o deus do trovão em cinco filmes: “Thor” (2011), “Os Vingadores” (2012), “Thor: O Mundo Sombrio” (2013), “Vingadores: Era de Ultron” (2015) e “Thor: Ragnarok” (2017). O ator terminou renegociando seu contrato em 2017, para participar de “Vingadores: Guerra Infinita” (2018) e “Vingadores: Ultimato” (2019). Hemsworth faturou então uma quantia entre US$ 15 milhões e US$ 20 milhões, mesmos valores pagos a Chris Evans, intérprete do Capitão América, e sob as mesmas circunstâncias de seu xará e companheiro de equipe, o que não inclui pequenas participações em, por exemplo, cenas pós-créditos. No caso de Evans, os cinco filmes iniciais dentro do MCU foram: “Capitão América: O Primeiro Vingador” (2011), “Os Vingadores” (2012), “Capitão América: Soldado Invernal” (2014), “Vingadores: Era de Ultron” (2015) e “Capitão América: Guerra Civil” (2016).


Enquanto isso, o principal nome do Marvel Studios, Robert Downey Jr., que, desde 2008, deu vida ao Homem de Ferro, negociou um arranjo financeiro único com o chefe do estúdio, Kevin Feige, que, ao longo dos anos, resultou em enormes lucros para o badalado ator. De acordo com fontes do The Hollywood Reporter, o intérprete de Tony Stark recebeu, somente por “Vingadores: Guerra Infinita” – que arrecadou mais de US$ 2 bilhões nas bilheterias –, pelo menos US$ 75 milhões. Para se ter ideia do poder de barganha de Downey Jr., ele recebeu nada menos que US$ 15 milhões apenas por sua participação em “Homem-Aranha: De Volta ao Lar” (2017), sendo US$ 5 milhões por dia de trabalho durante três dias. Espera-se, no mínimo, que, com essas cifras, Downey Jr. tenha feito seu pé-de-meia, já que o astro principal acaba de encontrar seu fim no MCU (em tese).

É importante destacar que parte da próxima fase da Marvel inclui a migração de muitos de seus personagens do cinema para o serviço de streaming da Disney, o Disney Plus, a fim de protagonizarem suas próprias séries individuais. Elizabeth Olsen (a Feiticeira Escarlate), Anthony Mackie (o Falcão), Sebastian Stan (o Soldado Invernal) e Jeremy Renner (o Gavião Arqueiro) fecharam contratos, separados dos contratos de filmes, para séries que, segundo as fontes, terão de seis a oito episódios. Esses contratos não impedem aparições em futuros filmes, mas resultariam em uma rodada separada de negociações.

Entre as próximas aventuras da Marvel na tela grande, poucas devem tomar como ponto de partida o enredo de “Ultimato”. Pantera Negra e Doutor Estranho seriam duas grandes exceções, já que seus intérpretes, respectivamente Chadwick Boseman e Benedict Cumberbatch, ainda têm contrato para, no mínimo, mais uma produção, o que deve resultar em sequências para seus filmes solos. Mas há novas adições também: “Os Eternos”, cujo elenco será encabeçado por Angelina Jolie (“Malévola”) e terá seus trabalhos de produção iniciados ainda em 2019, e “Shang-Chi”, centrado em um herói asiático e que deve vir logo na sequência. E, claro, ainda tem “Guardiões da Galáxia Vol. 3”, cujo planejamento aponta o início dos trabalhos para 2020, e que deve contar com a volta de seus principais atores, além do retorno de James Gunn, o diretor original da franquia.
Autor: Pedro Fadim
Fonte: Cinema Com Rapadura
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